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Mupi Gallery
07/07/2023Carla Cruz | O primeiro passo para se sair de um buraco é parar de escavar
Ciclo “Da DERIVA” com curadoria de João Baeta – Saco Azul
Abertura: 26.06.2023 (QUI), 18h30
Até: 26.07.2023
Fim do mês, fim do mundo. A mesma luta.
Bifo Berardi provoca:
O radicalismo deveria abandonar o modo de ativismo, e adotar um modo passivo. Temos trabalhado demais nos últimos três ou quatro séculos, e escandalosamente demais nos últimos trinta anos. Se uma consciência criativa de exaustão puder surgir, a depressão atual pode marcar o início de um abandono em massa da competição, do impulso consumista e da dependência do trabalho.
O primeiro passo para se sair de um buraco é parar de escavar.
Suely Rolnik anima:
Não devemos esperar a chegada messiânica da revolução, mas implicar-nos constantemente numa multiplicação heterógena de processos micropolíticos revolucionários. É preciso resistir ao desejo colonial-capitalista em nós mesmos. É preciso tomar para si a responsabilidade como ser vivo e lutar pela reapropriação das potências da criação e cooperação e pela construção do comum que dela depende.
Sob a calçada, a praia!
Carla Cruz é artista, investigadora e professora na EAAD-UMinho. Desde 2007, mobiliza com Ângelo Ferreira de Sousa a Associação de Amigos da Praça do Anjo que discute o direito à cidade por parte de todes; dinamiza desde 2019 o grupo de estudo Leituras Feministas (i2ADS) que procura táticas para despatriarcalizar e descolonizar a vida e as artes; e desde 2020 desenvolve um projeto artístico especulativo sobre temporalidades não-humanas com Claudia Lopes.
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Escombreiras
08/05/2023ESCOMBREIRAS
integrada no projeto SHS
Com Carla Cruz, Cláudia Lopes, Domingos Loureiro, Graciela Machado, Miguel Leal, Susana Soares Pinto
11.05-11.06.2023, Laboratório Ferreira da Silva,
Polo Central do MHNC-UP, Reitoria
Inauguração 18h00
A exposição pode ser visitada de terça a domingo até 11 de junho 2023, das 10h00 às 13h00 e 14h00 às 18h00.
Enquanto exposição final do projeto são apresentados os resultados das cinco residências de investigação artística:Susana Soares Pinto focou- se na antiga zona mineira do Pejão (Castelo de Paiva) nas imediações do Cavalete do Fojo onde, junto com a comunidade e ao longo de dois anos, fizeram uma intervenção experimental de remediaçao; Carla Cruz, Cláudia Lopes e Miguel Leal trabalharam sobretudo em volta do território do Geoparque de Arouca tendo como premissa olhar os resíduos resultantes das atividades mineiras, sejam estes arquitetónicos,ou os resíduos politico-poéticos deixados na paisagem e nos corpos, na memória das gentes e da terra; Graciela Machado partiu das Minas de Regoufe / Complexo mineiro da Poça da Cadela para um trânsito entre espaços mineiros, da ciência e eidos de família situados nas margens da Europa, e Domingos Loureiro, perseguiu a ocupação mineira, sobretudo do volfrâmio, no Parque das Serras do Porto, e desenvolveu uma intervenção artística propondo a valorização do simbólico como ação de recuperação do território e da paisagem
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Exposição Inerte
14/03/2023Do silêncio da montanha…
“Andando, andando, chegou a um dédalo de caminhos, por um dos quais rolavam vagonetas, por outros ia e vinha o pessoal particular dos engenheiros e agentes técnicos, com as vivendas muito senhoris e claras à retaguarda de pequenas platibandas enfeitadas de pelargónios e eloendros. E, passos adiante, ao salvar a corcova do terreno, descobriu-se o formigueiro humano a seus olhos admirados, repartido em turmas consoante a natureza das tarefas, desprendendo uma barulheira a que era como abóbada o zunzum infernal dos volantes que se não viam. Até bem longe, quinhentos a mil metros, se via gente, mulheres que lavavam a terra mineralizada ao ar livre e debaixo de telheiros, braços arremangados, pés descalços, sai colhida entre os joelhos para a água não esperrinchar pelas pernas acima. Rapazotes, com boinas de homem, sem cor à força de usadas, a carne tenra a espreitar das camisas cheias de surro e em frangalhos, vinham baldear no monte o carrinho atestado de calhaus em que coruscavam com o sol as pirites e palhetas e volframina. Mais ao largo, grande caterva de homens abria uma trincheira, e outra, para o morro, levava um banco de pedra e saibro à ponta de ferro e picareta. Aqui e além trabalhadores borcavam a rocha, enquanto a outros incumbia carregar os tiros de pólvora bombardeira. Crispados às varas dos sarilhos, muitos extraíam o resulho dos poços ou enxugavam-lhes a água para o trabalho prosseguir eficazmente. Era subterrânea, por vezes a dezenas de metros de profundidade, que se exercia a actividade capital da mina, com revólveres de ar comprimido a demolir o quartzo, piquetes de entivadores especializados a escorar as galerias, bombas elétricas e manuais a sorver a água dos regueirões, escombreiros, mineiros de guilho e marreta, homens e mais homens à carga e à descarga – pessoal complexo, testo e sabido na manobra. À superfície era como um arraial. Por cima dos gritos, comandos, falas desencontradas, do retinir das ferramentas e estreloiçar das vagonas e raposas, o dínamo pulsava e a sua pancada mate e ensurdecedora criava este tónus especial, semibárbaro e feroz, da indústria moderna, homem e máquina conjugados.” Aquilino Ribeiro, 1943, Volfrâmio, Lisboa: Bertrand, pp.69-71.
Agora tudo é inerte, na escombreira só se ouve o vento.
Desde 2020 que Carla Cruz & Cláudia Lopes desenvolvem reflexões conjuntas que incidem sobre questões como: tempo, circularidade, fragmentos, marcas, sedimentações, paisagem natural, contruída, transformada e ficcionada, temporalidades cruzadas, fins de mundo e outras prefigurações especulativas. Os trabalhos em mostra nesta exposição são parte do resultado de um projeto de investigação na região de Arouca.
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