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354Kg

354kg, 118€
“O Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou, ontem, __ a uma pena de prisão efectiva de quatro meses, pelo crime de receptação negligente, o único acto ilícito provado durante o julgamento.” Escrevia M. Cláudia Monteiro em Novembro de 2009 no Jornal de Notícias. Como mito urbano ficará a estória de que os presumíveis assaltantes retiraram a energia – necessária ao equipamento para retalhar a escultura em bronze – directamente duma das lojas abandonadas do Clérigos Shopping. A anja, de autoria do mestre José Rodrigues, avaliada em 200 mil euros, é o fio condutor à história desta praça. Inicialmente denominada Praça do Anjo, pois conta a lenda que a mulher de D. Afonso aí terá caído do burrico, terá então o rei mandado erguer uma capela. Foi depois mercado ao ar livre, e mais tarde quando o Porto se quis dar ares de cidade europeia, transformou-se em Praça de Lisboa e Clérigos Shopping.
Em 2006, nenhuma das lojas de mercadorias finas restava aberta, sendo o espaço apenas usado como acesso ao parque de estacionamento subterrâneo. E mais precisamente a 22 de Dezembro, uns ladrões, que não seriam membros de uma rede de tráfico internacional de arte, nem possuidores de mascarilha, resolveram dar o golpe final a um espaço moribundo à nascença.
Quantos mais espaços semelhantes se erguerão na cidade, para caírem, não sob o manto espesso de um fantástico cataclismo como o de Pompeia, mas, devido à rápida erosão de um planeamento negligente dos nossos líderes?
Associação de Amigos da Praça do Anjo, Porto 2010.

ver Troca-se por Arte, as organizadoras
ver Praça do Anjo I, 2007
ver Praça do Anjo II, 2008

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