“A Anedota é “uma pequena narração de carácter gracioso, jocoso.” Só? São raríssimos o estudiosos que perderam o seu douto tempo a analisá-las. A anedota, na visão clínica de um dicionário, não merece mais do que duas linhas definidoras. Mas entusiasma multidões! À pergunta: “Já ouviste a última?”, ninguém responde negativamente. A anedota é universal, todas as culturas têm as suas. A sua natureza permite-lhe infindáveis traduções e versões, que nenhum autor sequer sonharia para as suas obras sérias. Mas nunca ninguém se lembrou de assinar a sua, a anedota é sempre anónima. A anedota transcende a tal ponto a noção de autor que nos podemos perguntar se teve autor. A anedota é actual, aparece sempre destruindo a seriedade dos assuntos falados no momento. A anedota é implacável, não respeita mortos, nem políticos, nem papas, nem deuses, nem dores… A anedota é cínica, é ideológica. A anedota transmite maioritaria-mente os valores dominantes, e menos frequentemente a visão de culturas minoritárias. A anedota é quase sempre nietscheana, ri-se sem pudor do fraco e do aleijado que estorva, é a super-anedota. A anedota também repugna e faz-nos sentir mal das próprias gargalhadas, a anedota incomoda. A anedota é constantemente reconstruída a cada vez que é contada. A anedota transforma o espectador de há pouco, em co-autor.
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