Nas margens da ficção

18/04/2021

Nas Margesn da Ficção

Curadoria de Marta Mestre

15 de abril a 5 de setembro de 2021 – CIAJG Guimarães
Os caminhos da ficção, tal como pensados neste novo programa, continuam o carácter reflexivo do CIAJG, ao mesmo tempo que apontam para alternativas à experiência da História. A dimensão subjetiva e irregular da ficção, tal como aqui é entendida, diz respeito ao museu em primeiro lugar. Espaço tradicional da purificação dos discursos, mas também crise entre objetos, subjetividades e ideias, importa repensar o seu sistema de montagem (a tesoura, que aparece amiúde no trabalho de José de Guimarães, é uma das imagens-guia do programa).

De baixo para cima, do piso -1 ao piso 1, as Exposições que agora se inauguram percorrem várias dimensões da ficção e vão para além da mesma. O tema “fundacional” do Colosso de Pedralva, um caso local de arqueologia especulativa que institui a história como anedota. Um teatro de personagens insólitos, de Fernão Cruz. A máquina do mito, com Horácio Frutuoso, José de Guimarães, Kiluanji Kia Henda, Manoel de Oliveira e Anna Francheschini. As verdades e as ficções do “pasado”, com Rodrigo Hernández. Néons de letras e a desconstrução do signo, por José de Guimarães. “Cosmic Tones”, de Francisca Carvalho. O cinema de Sarah Maldoror em curto-circuito com a Sala das Máscaras. A transmissão e a emancipação nas “maternidades” africanas da coleção de José de Guimarães, e no trabalho de Yasmin Thayná, Maria Amélia Coutinho e Carla Cruz. As tradições do contar e do narrar dos povos de Cabinda em articulação com o “Alfabeto Africano” de José de Guimarães.

Nesta exposição revisito o projeto Conjugar no Plural de 2012, extendendo-o a outros coletivos, Conjugar no Plural 2021, através de um mural, de um poster e podcast.