“quando o futuro é o hoje contabilizado em cínico e cobarde deve e haver
quando nos retiram a privacidade para segurança interna
quando cadáveres flutuam no mediterrâneo turístico
quando se atiram das janelas porque não conseguem pagar a hipoteca
quando te dizem que o erotismo é depravado e te esfregam com a pornografia de almas vendidas e corpos no açougue do prime time
quando o prazer se confina a entretenimento alienante
quando a memória desta europa, velha rameira, onde bombas zuniam em passados próximos e se refinavam artes de pulverizar corpos, acaba por transubstanciar enquanto feito laudatório o euro como religião única
quando o vazio discursivo da política actual é o verdadeiro terrorismo de estado
quando o moralismo corporativo se vincula à comodificação dos nossos actos
Artistas: André Cepeda, Arlindo Silva, Carla Cruz, Carla Filipe, Cristina Mateus, Eduardo Matos, João Marçal, Mafalda Santos, Mauro Cerqueira, Miguel Leal, Pedro Magalhães, Sónia Neves, Vera Mota.